quinta-feira, julho 23, 2009

De como assisti a minha primeira final

Este texto foi escrito para comemorar a maioridade da minha primeira final, realizada no dia 30 de julho de 1988. Neste saudoso domingo nublado fui ao Pinheirão acompanhado de meu pai para assistir à terceira partida da decisão entre ATLÉTICO e PINHEIROS.

Agradeço eternamente a meu pai, Rogério Amatuzzi, que tentou tudo o que pôde para me influenciar a torcer pelo extinto COLORADO. Comprou camisa, levou-me algumas vezes à Vila Capanema - até em treino do Boca-Negra eu fui quando criança. Infelizmente para ele, o sonho de ter o primeiro filho como torcedor de seu clube não se realizou.

Por circunstâncias que outro dia eu explico, a paixão que me arrebatou foi pelo ATLÉTICO em 1986. Mesmo assim, meu pai (hoje paranista) levava-me ao estádio ver o Furacão. Foi desta forma que acompanhei a primeira decisão das tantas que assisti até hoje. A disputa estava prevista para dois jogos, com a realização de um terceiro em caso de dois resultados iguais.

Primeiro jogo
A história da final começou em 16 de julho, com a primeira partida realizada na Vila Olímpica do Boqueirão. O ATLÉTICO havia eliminado o COLORADO na semifinal e sem rancores meu pai decidiu me levar - daí a eterna gratidão. Na época eu tinha oito anos e já era encantado pela maneira como torcia a massa rubro-negra.

– Pai, vamos na torcida do Atlético, né?
– Não filho, a torcida do Atlético tem muito maloqueiro, é perigoso. Nós vamos nas cadeiras.
– Mas pai...
– Não discuta Eduardo, senão nem vamos.

Então lá fomos nós para as cadeiras da pacata torcida do PINHEIROS. O jogo corria e eu torcia bem quieto. Quando o ATLÉTICO quase marcava, eu apenas olhava para meu pai. Porém quem abriu o placar foi o PINHEIROS com o centroavante Dadinho – o goleador do campeonato.

Faltava um minuto e o Furacão pressionava. A torcida, que pintava de vermelho e preto a curva de fundos da Vila Olímpica, cantava sem parar. Eu fazia figas embaixo da cadeira e tinha certeza que a minha concentração poderia ajudar o rubro-negro a empatar.

Minha contribuição deu resultado: já nos acréscimos, um carequinha camisa 11, chamado Wilson, marcou de cabeça. Delírio dos atleticanos. Não consegui esconder a alegria e pulei em meio à torcida adversária. Olhava com extrema admiração para aquele bando de maloqueiros vestidos de preto e vermelho. A curva de fundos incendiou e naquele instante o meu único desejo era estar lá no meio. Meu pai pegou na minha mão e me arrastou, pois eu não queria ir embora. Queria permanecer ali a admirar aquela festa maravilhosa.

A finalíssima seria na semana seguinte. Durante sete dias sonhei em estar no Pinheirão lotado. Desta vez na torcida do ATLÉTICO e para vê-lo ser campeão. Porém o inesperado (pelo menos para uma criança de oito anos) aconteceu.

3 comentários:

  1. Legal. Você está lá, então? Esses jogos com o Pinheiros entraram para a história.

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  2. Oi Eduardo,gostei muito do seu blog.Que tal relembrar a decisão de 90 com o coxa?Se precisar refrescar a memória me procure,pois estavamos todos lá;eu,seu pai,você,seus tios,primos e irmaõs.Um forte abraço e até mais.

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  3. Grande Gérson, um abraço estou acompanhando o blog do Eduardo muito bom...parabéns...Pedrinho

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